
Durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, um encontro inesperado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou atenção. Segundo informações do Palácio do Planalto, Trump abordou Lula de forma amistosa e sugeriu que os dois mantenham uma conversa mais aprofundada na próxima semana. A proposta foi prontamente aceita pelo líder brasileiro.
O breve encontro ocorreu nas dependências do edifício-sede das Nações Unidas e não estava previsto na agenda oficial dos dois presidentes. De acordo com relatos da assessoria do governo brasileiro, o diálogo foi rápido, mas cordial, e já mobiliza assessores de ambos os lados para definir os detalhes de um novo contato — que pode ser presencial ou por telefone.
Trump também comentou publicamente sobre a aproximação durante seu discurso na ONU. Segundo ele, houve “uma excelente química” no encontro com Lula. “Nos encontramos rapidamente, nos abraçamos, conversamos por 20 ou 30 segundos. Foi o suficiente para sentirmos uma boa conexão. Gosto de pessoas com quem posso fazer bons negócios, e Lula parece ser uma dessas pessoas”, declarou o presidente norte-americano.
As declarações de Trump, no entanto, causaram surpresa, especialmente diante do momento delicado nas relações entre os dois países. Desde julho, os Estados Unidos vêm adotando medidas comerciais e diplomáticas contra o Brasil, incluindo aumento de tarifas sobre produtos brasileiros e sanções a autoridades do país. Além disso, há críticas por parte do governo norte-americano sobre decisões internas do Judiciário brasileiro.
Apesar do gesto de Trump, Lula não mencionou o encontro em seu discurso de abertura na Assembleia Geral. Em vez disso, usou seu tempo para criticar duramente o uso de sanções unilaterais e intervenções estrangeiras, em um recado indireto aos Estados Unidos. “Assistimos ao crescimento de uma desordem internacional, com sanções arbitrárias, ataques à soberania e a imposição da vontade de uns poucos sobre muitos”, afirmou o presidente brasileiro.
O possível diálogo entre Lula e Trump acontece em um cenário de instabilidade diplomática, mas também pode abrir caminho para uma reaproximação entre as duas maiores economias das Américas. A confirmação do encontro, no entanto, ainda depende da definição de data, formato e pauta oficial.
Por: Wesley Souza