O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação imediata dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considerados seus aliados. A decisão foi divulgada horas depois de uma operação da Polícia Federal brasileira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que resultou na imposição de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno.
A justificativa apresentada por Rubio é de que Moraes estaria promovendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, criando um ambiente de perseguição política e censura. “Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares, de forma imediata”, declarou o secretário em nota oficial.
A ação diplomática eleva a tensão entre os governos dos dois países e é vista como um gesto de apoio da gestão americana ao ex-presidente Bolsonaro, investigado por envolvimento em uma tentativa de subversão da ordem democrática no Brasil. A investigação apura, entre outros pontos, a articulação entre aliados de Bolsonaro e membros do governo norte-americano anterior, liderado por Donald Trump, para pressionar o Judiciário brasileiro.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também é alvo do inquérito. Ele está licenciado do mandato e reside atualmente nos Estados Unidos, alegando ser vítima de perseguição política. Sua licença parlamentar termina neste domingo (20).
Embora a decisão de Washington tenha causado forte repercussão, o Supremo Tribunal Federal ainda não emitiu posicionamento oficial sobre o caso. A lista completa dos ministros com vistos suspensos também não foi divulgada, mas informações de bastidores indicam que ao menos sete membros do STF estariam incluídos, com exceção dos ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.
A revogação de vistos representa uma medida incomum e sinaliza um agravamento nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, especialmente em um momento de forte polarização política nos dois países.
Por: Wesley Souza
