Proposta já alcançou mais de 130 assinaturas. (Imagem: Reprodução/Câmara dos Deputados)
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que determina o fim da escala 6×1, ou seja, onde o funcionário precisa trabalhar seis dias para folgar um, está a poucos passos de entrar em tramitação na Câmara dos Deputados. A PEC é de autoria da Deputada Federal Erika Hilton (PSOL-SP), que conseguiu até o momento cerca de 130 assinaturas. Para que a proposta possa entrar nas pautas da Casa, é necessário que tenham no mínimo o apoio de 1/3 dos 513 parlamentares, equivalente a 171 assinaturas.
Na última semana a pressão sobre a tramitação da proposta aumentou após declarações de parlamentares, em sua maioria do Partido Liberal (PL), que alegaram ser contrários ao fim da jornada 6×1, apontando que a economia do país poderia sofrer impactos negativos. Atualmente os deputados federais cumprem a jornada de 3×4, ou seja, trabalham três dias e folgam quatro.
A deputada Erika Hilton, autora da PEC, defende a inclusão da escala 4×3 no sistema de trabalho do país, sem que haja redução da remuneração do funcionário. Já outros parlamentares, que também são a favor da redução da jornada de trabalho, apoiam por exemplo, a escala 5×2.
O tema ganhou atenção após estudos feitos em diversos países pelo mundo, onde foi identificado o aumento da produtividade em empresas onde os colaboradores tinham mais tempo de descanso. No Reino Unido mais de 60% das empresas que participaram da pesquisa aprovaram o novo formato de trabalho.
O estudo feito por pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Boston College, nos EUA, apontou que a saúde e bem-estar dos colaboradores foram pontos que melhoraram com a redução da jornada, além da produtividade ter se mantido ativa.
No Brasil, parlamentares que defendem a PEC argumentam sobre a exaustão dos funcionários, que em boa parte dos setores de funcionamento no país, precisam cumprir a jornada de 8 horas trabalhadas por dia e apenas um dia de folga. A pauta chama atenção para a saúde dos trabalhadores que atuam nessas condições, além da falta de lazer e bem-estar.
Na Câmara, a PEC teve a maioria das assinaturas sendo de parlamentares do PT e o PSOL, que estão na base governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dos deputados federais de Pernambuco, Fernando Rodolfo (PL-PE) foi o único do PL a sinalizar-se a favor da discussão.