(Imagem: Divulgação/Alepe)
Parlamentares da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), discutiram nesta segunda-feira (19), sobre a comparação das ações militares de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto, feita pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na primeira reunião plenária da semana, as opiniões divergiram entre os deputados da casa.
Um dos deputados que se posicionou a favor sobre as falas do presidente foi o deputado João Paulo (PT), que chegou a prestar solidariedade aos palestinos. Para o deputado, o presidente agiu corretamente ao deixar explícita a posição da diplomacia brasileira de não aceitar o massacre das populações de Gaza.
“O genocídio de Israel é uma retaliação desproporcional ao ataque do grupo Hamas ocorrida em Israel, também já condenada pelo Governo Brasileiro, e atinge civis inocentes no território em que querem apenas viver em paz em sua terra”, afirmou o petista, acrescentando que o apoio aos palestinos e à posição do presidente Lula “é compactuada por povos de todo o mundo e diversas entidades globais”.
Contrário ao posicionamento do presidente Lula, o deputado Joel da Harpa (PL) apresentou um voto de repúdio ao discurso proferido por Lula, e afirmou que comparar o conflito entre Israel e Hamas ao Holocausto é, no mínimo, “uma grande irresponsabilidade e uma vergonha para o povo brasileiro”. Joel da Harpa se dirigiu à comunidade judaica em Pernambuco, destacando que a comparação feita por Lula não representa o sentimento da maioria do parlamento estadual. O deputado ainda ressaltou a necessidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza e a busca pela solução de dois estados para estabelecer a paz entre Israel e Palestina.
Outros deputados do Partido Liberalista também apresentaram repúdio pela fala do presidente como o deputado Renato Antunes (PL), Abimael Santos (PL), e Pastor Cleiton Collins (PP), que chegaram a criticar o pronunciamento do chefe do Executivo Federal.
Para o deputado Waldemar Borges (PSB), não há dúvidas de que o ataque do Hamas em outubro do ano passado foi “um ato de terrorismo injustificável”, mas, segundo ele, não pode ser usado como argumento para legitimar a forma como Israel vem bombardeando a Faixa de Gaza. “Não é um ataque ao Hamas, ali está sendo um ataque generalizado. Está ocorrendo o extermínio de crianças, de mulheres, de pessoas que não têm nenhuma responsabilidade sobre o que aconteceu em Israel”, assinalou.
Após o discurso em que fez a comparação, o presidente Lula passou a ser tratado como uma “persona non grata” pelo governo de Israel, que se refere a um indivíduo que não é mais considerado bem-vindo ao país. Agora o país Israelense aguarda uma retratação por parte do executivo brasileiro.