O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou nesta segunda-feira (2) que o Mirabilandia transfira para um hospital particular a professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que ficou gravemente ferida após ser arremessada de um brinquedo no parque de diversões em Olinda. A empresa tem 24 horas para providenciar a mudança, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
Dávine está internada, em estado grave, na UTI do Hospital da Restauração (HR), com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo. Desde então, os parentes dela negociam com o parque a remoção da paciente para um hospital particular. No sábado (30), a família informou que o Mirabilandia desistiu de custear a internação da vítima.
O advogado do Mirabilandia, Ernesto Cavalcanti, disse que o parque vai contestar a decisão.
“Na petição inicial, as advogadas [da família de Dávine] omitiram que ela tem um plano de saúde. Então, nós estamos informando à juíza que ela tem um plano de saúde. […] Como ela tem um plano de saúde, e nós não sabíamos, ela deve ir para o plano de saúde”, afirmou o representante da empresa.
A determinação foi dada nesta segunda-feira (2) pela juíza Dilza Christine Lundgren de Barros. No texto da liminar, a magistrada ordena que a empresa providencie, em caráter de urgência, a transferência de Dávine para o Hospital São Marcos, unidade de saúde particular localizada a dois quilômetros do HR, na área central do Recife.
Caso a decisão não seja cumprida, o parque terá que pagar uma multa diária no valor de R$ 5 mil. A decisão teve como base um parecer assinado pelo médico Rafael Carneiro Leão Maia, do HR. O documento informa que Dávine está “com estabilização clínica para transferência”.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Mirabilandia disse que, “considerando que a família judicializou o processo, tudo será discutido e tratado por via judicial, analisando dentro do prazo legal”.
Procurada, a defesa dos familiares de Dávine Muniz disse que não omitiu da Justiça a informação sobre o plano de saúde dela.
“Na petição inicial, nós fizemos todo o relatório do ocorrido. […] O contrato de trabalho dela fica suspenso em razão de quinze dias de afastamento, e pode ou não ser mantido um plano de saúde nesse período. […] Mas isso é independente, porque a obrigação deles [do parque] é de custear todo o tratamento e a hospitalização, uma vez que são os causadores do dano irreparável que estão causando a Dávine”, afirmou a advogada Priscila Alves.
Dávine Muniz ficou ferida após o balanço onde ela estava se soltar de um brinquedo que gira no ar em alta velocidade, no Mirabilandia.
A atração “Wave Swinger” (que, numa tradução livre do inglês, significa “balanço de onda”) funciona com balanços presos por correntes numa estrutura que gira no próprio eixo. De acordo com a administração do parque, os balanços podem alcançar uma altura de até 12 metros.
A amiga que acompanhava Dávine, Lorrayne Ferreira, disse que as duas tinham chegado ao parque cerca de meia hora antes do acidente e que o brinquedo deu duas voltas antes de cair. Após o acidente, o Mirabilandia foi interditado pela prefeitura e pelo Procon.