
Paciente morreu no mês de fevereiro. (Imagem: Reprodução)
Recentemente viralizou na rede social TikTok um vídeo onde duas estudantes de medicina ironizaram o caso de uma paciente que precisou receber três transplantes de coração e um transplante de rim. A paciente era Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, que morreu no último mês de fevereiro.
Na época em que as alunas gravaram o vídeo, Vitória ainda estava internada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, à espera do transplante. As duas alunas foram identificadas como Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano, que excluíram a postagem nesta terça-feira (08).
No vídeo as estudantes contavam sobre o quadro da paciente, onde nas falas elas dão a entender que a culpa da jovem precisar receber tantos transplantes seria dela mesma pela falta de cuidado com a saúde. Em determinado momento do vídeo uma das alunas chega a ironizar a situação de Vitória: “essa menina tá achando que tem sete vidas?”
As duas alunas foram denunciadas pela família de Vitória pela exposição da situação clínica da jovem. A paciente morreu devido a um choque séptico e insuficiência renal crônica. A morte ocorreu um ano após o terceiro transplante de coração e dois anos depois de um transplante de rim, que ficou comprometido durante o tratamento cardíaco da jovem.
Vitória Chaves da Silva foi diagnosticada com uma grave cardiopatia congênita chamada Anomalia de Ebstein, uma doença rara que afeta a válvula do coração, logo após o nascimento. Ao longo da vida ela precisou passar por quatro procedimentos cirúrgicos de transplantes, três de coração e um de rim. O primeiro deles foi na infância, em 2005. O segundo em 2016 e o terceiro em 2024.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil investiga o caso como injúria por meio de inquérito policial instaurado pelo 14° Distrito Policial (Pinheiros). Já o MPSP informou que recebeu a denúncia e o caso foi protocolado na promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Capital nesta terça-feira (8).
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), local em que a jovem estava internada e onde as estudantes gravaram o vídeo, se manifestou sobre o ocorrido.
“A FMUSP repudia com veemência qualquer forma de desrespeito a pacientes e reafirma o compromisso inegociável com a ética, a dignidade humana e os valores que norteiam a boa prática médica. A instituição reforça ainda a missão de formar profissionais comprometidos com a excelência e com o cuidado humano, valores que são inegociáveis em nossa Instituição”, complementou a nota.
A faculdade ainda divulgou que toma medidas adicionais para reforçar as orientações sobre conduta ética e uso responsável das redes sociais, além da assinatura de um termo de compromisso com os princípios de respeito aos pacientes e aos valores que regem a atuação da instituição.
Fonte: CNN