POLÍCIA VAI INVESTIGAR SE UÍSQUE COMPRADO EM CAMINHÃO, EM PERNAMBUCO, TEM RELAÇÃO COM CASOS DE INTOXICAÇÃO

Até o momentos há duas supostas mortes no Estado. (Imagem: Reprodução/Freepik)


Os casos de óbitos, ocorridos no Agreste pernambucano, que podem ter sido ocasionados por intoxicação de bebidas alcoólicas batizadas com a substância metanol serão investigados. De acordo com a Polícia Civil, a viúva de uma das vítimas relatou que o esposo teria comprado uísque em um caminhão, o que levanta a suspeita da intoxicação. Segundo relatou a mulher, a bebida foi comprada pelo homem e mais alguns amigos e foi consumida durante o festival realizado no município de Lajedo no último mês.



O homem passou mal e pouco tempo depois veio a óbito. A esposa da vítima levou até a delegacia uma das garrafas que foi comprada pelo marido e fez a denúncia do caso. A polícia irá analisar de onde esse produto teria vindo e se realmente faz alguma ligação com a morte e os casos repercutidos no estado de São Paulo e de Pernambuco.



Além deste caso, ainda está em investigação uma outra morte também suspeita de intoxicação.



O que diz o Estado:



A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) informou que foi notificada, no fim da tarde desta terça-feira (30/09), de possíveis casos de intoxicação por metanol em três homens, dois residentes no município de Lajedo e um de João Alfredo, ambos no Agreste. Os pacientes foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Dois deles foram a óbito. O terceiro recebeu alta hospitalar, com perda de visão bilateral como sequela.


O hospital, nesses casos, relata o quadro clínico, notifica a ocorrência e registra as informações coletadas na anamnese. Contudo, a investigação é realizada pelas vigilâncias da unidade do Estado. Nos óbitos com suspeita de intoxicação, o corpo é encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde são feitos exames para conclusão.


Assim que recebeu a notificação, a Apevisa iniciou a preparação de ações de fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) vai emitir orientações tanto para a população como para as vigilâncias sanitárias municipais. O objetivo principal é a intensificação das vistorias para evitar possíveis fraudes nos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas.


Os sintomas iniciais de intoxicação podem ser confundidos com os da ingestão de álcool comum — como náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência. Porém, entre 6h e 24h após o consumo, podem surgir sinais mais graves, como visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões e até coma.


A Apevisa recomenda que os serviços de saúde notifiquem imediatamente todos os casos suspeitos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Cievs/PE. Também orienta a busca ativa de pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem, além da capacitação das equipes de saúde para o manejo clínico adequado, incluindo uso de antídotos específicos e hemodiálise nos casos graves.


Na área de vigilância sanitária, a orientação é intensificar a fiscalização em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, coletar amostras suspeitas para análise laboratorial, interditar preventivamente lotes e articular ações conjuntas com Procon, Ministério Público e forças de segurança.


À população, a Agência Pernambucana reforça a importância de observar sinais que podem indicar adulteração: verificar se a bebida possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), rótulo completo, lacre adequado, além de comprar apenas em locais confiáveis. Também é essencial redobrar a atenção com drinques prontos e evitar produtos sem procedência ou com preços muito abaixo do mercado.


O Estado conta com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE), que funciona 24 horas para orientar consumidores e profissionais de saúde, pelo número 0800 722 6001. Denúncias também podem ser feitas à Ouvidoria da SES-PE (136 / ouvidoria@saude.pe.gov.br), ao Procon-PE (0800 282 1512 / (81) 3181-7000 / denuncia@procon.pe.gov.br) e à Delegacia de Crimes contra o Consumidor – Decon (81 3184-3835 / dp.consumidor@policiacivil.pe.gov.br).




A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel), também se manifestou com relação aos casos investigados. A comunicado, a associação diz o seguinte:



A Abrasel em Pernambuco se solidariza com as famílias das vítimas dos recentes casos de intoxicação por bebidas adulteradas, que já provocaram mortes em São Paulo e agora tiveram dois registros suspeitos também no estado.


Como parte da mobilização, a entidade realiza, em parceria com a ABBD – Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (que reúne as principais empresas do setor), um treinamento on-line nesta quarta (1º/10), às 14h, 16h e 18h, via Zoom, aberto a associados e não associados. A atividade abordará identificação de produtos adulterados, importância de adquirir apenas de canais oficiais e os procedimentos em casos de suspeita.


A Abrasel-PE reforça que não há comprovação de que os casos tenham ocorrido em bares ou restaurantes, onde centenas de milhares de pessoas são atendidas diariamente há anos, e manifesta grande preocupação com o avanço desse grave problema de saúde pública.


A entidade cobra respostas rápidas e eficazes das autoridades responsáveis, com reforço imediato da fiscalização em toda a cadeia de bebidas, da produção à distribuição e ao comércio informal. A Abrasel-PE sempre orientou seus associados a comprar apenas de fornecedores oficiais e confiáveis e reforça ainda mais agora essa recomendação.

Compartilhe:

Facebook
WhatsApp

Veja também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *