PAI QUEBRA RECEPÇÃO DE HOSPITAL EM JABOATÃO APÓS FILHA NASCER MORTA; FAMÍLIA ACUSA NEGLIGÊNCIA MÉDICA

Imagem: Reprodução/Redes sociais

Um homem destruiu a recepção do Hospital Guararapes, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, em protesto contra o que ele e familiares alegam ter sido um caso de negligência médica. O episódio ocorreu após a filha de Victor Petrick nascer sem vida na unidade de saúde, no último domingo (29). As cenas foram gravadas e publicadas pelo próprio pai nas redes sociais nesta quarta-feira (2).

Nas imagens, Victor aparece usando um capacete enquanto entra no hospital e quebra portas e objetos de vidro da recepção. Segundo a direção da unidade, foram destruídos equipamentos essenciais ao funcionamento do local, como computadores, impressoras, mesas e portas de vidro. Funcionários que estavam no setor no momento do ataque sofreram ferimentos causados por estilhaços e foram atendidos no próprio hospital.

A tragédia familiar começou quando Isabelle Raissa Silva, esposa de Victor e grávida de 9 meses e 3 semanas, deu entrada no hospital por volta das 18h de domingo. Segundo relatos da sogra de Victor, Cristina da Silva, a gestante foi encaminhada ao Hospital Guararapes após recomendação de uma enfermeira que acompanhava o pré-natal, uma vez que o parto já poderia ser induzido.

Ainda conforme o relato da família, Isabelle foi internada por volta das 18h30. Durante o plantão, foram administradas doses de misoprostol — um medicamento utilizado para induzir o parto. A avó da bebê acompanhou parte do procedimento por videochamada e relatou que Isabelle reclamou de fortes dores após a aplicação dos comprimidos. Segundo Cristina, a enfermeira teria minimizado o sofrimento da paciente ao afirmar: “É assim que a gente quer”.

A família alega que, após a administração do medicamento, houve uma mudança no comportamento da bebê ainda no útero. “A barriga esvaziou de um lado, a bebê se contorcia, e muito tempo depois é que examinaram novamente. Quando estouraram a bolsa, já saiu com mecônio (fezes) e o coração não batia mais”, relatou Cristina.

Com a piora do quadro, Isabelle foi transferida para o Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip), no Recife, onde foi submetida a uma ultrassonografia e ao parto. A bebê, chamada Lara, nasceu sem vida.

Em nota, o Hospital Guararapes afirmou que se solidariza com a dor da família, mas condena “atos de violência e agressão”. A direção também informou que a depredação do patrimônio será investigada pelas autoridades competentes.

A Polícia Militar foi acionada após o ataque, mas Victor Petrick já havia deixado o local quando a equipe chegou. A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, responsável pela gestão do hospital, declarou estar à disposição para oferecer apoio à família e disse que seguirá os protocolos com escuta qualificada e humanizada.

O caso deve ser investigado para apurar se houve falha na condução do parto e responsabilidades sobre a morte da bebê.

Por: Wesley Souza

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