
A mudança de comando da Petrobras — a terceira, desde o início do atual governo — pode demorara mais do que deseja o governo por causa de um decreto do presidente Jair Bolsonaro. Editado em abril, o decreto tornou mais rígidas as regras para a aprovação de indicados à presidência da estatal. Com a mudança, os nomes só podem ser enviados para a aprovação da assembleia de acionistas depois de finalizada a avaliação de um comitê interno. Conforme nota divulgada na quarta-feira pelo Conselho de Administração da Petrobras, é necessária a “análise dos requisitos legais e de gestão e integridade e posterior manifestação do Comitê de Pessoas.”
O decreto foi editado em meio à polêmica que envolveu o consultor Adriano Pires, indicado do Planalto para assumir o posto na época. Pires acabou impedido por ter como clientes grandes empresas privadas, o que configurava conflito de interesses. Com o decreto, a nova troca de comando pode levar mais de 45 dias. Isso significa dizer que só seria efetivada no final de julho.
O nome indicado da vez é Caio Paes de Andrade, secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, Paes de Andrade não atende a parte dos pré-requisitos. O fato de não possuir experiência no setor pode gerar questionamentos entre acionistas.