LULA TEM 51% DE DESAPROVAÇÃO E 46% DE APROVAÇÃO DIVULGADOS PELA QUAEST NESTA QUARTA-FEIRA (20)

País já registrou mais de dez mortes. (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) pela Quaest aponta que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou uma leve melhora na avaliação popular. A aprovação do governo subiu três pontos percentuais, chegando a 46%, enquanto a desaprovação recuou dois pontos, ficando em 51%. A pesquisa, realizada entre 13 e 17 de agosto, mostra uma diminuição na diferença entre aprovação e desaprovação, com a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Esses números refletem a menor disparidade entre os índices desde janeiro de 2025, quando o governo Lula estava praticamente empatado com 47% de aprovação e 49% de desaprovação. O cenário atual de “empate técnico” é um avanço considerável em relação ao pico de 17 pontos de diferença entre os índices registrados em maio deste ano, quando a desaprovação chegou a 57% e a aprovação ficou em 40%.

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, essa mudança se deve a uma combinação de fatores econômicos e políticos. A principal explicação para a melhora na avaliação do governo Lula é a queda da inflação dos alimentos, o que tem aliviado o bolso dos brasileiros. A percepção de que os preços começaram a cair tem ajudado a reduzir a pressão sobre o custo de vida. Além disso, a postura do governo frente ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, especialmente pela administração de Donald Trump, tem sido vista como um sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais.

Avaliação Econômica e a Mudança nas Classes Sociais

O levantamento também mostra um aumento na aprovação do governo Lula entre segmentos que, em pesquisas anteriores, demonstravam uma divisão mais equilibrada. O presidente voltou a ser mais aprovado entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos, os católicos, os mais velhos (60 anos ou mais) e os moradores do Nordeste. No recorte regional, estados como Bahia e Pernambuco também registraram uma aprovação maior do que a desaprovação.

Outro dado relevante é a melhora da aprovação em São Paulo. No estado mais populoso do país, a aprovação de Lula subiu de 29% para 34%, enquanto a desaprovação diminuiu de 69% para 65%. A tendência é de uma crescente recuperação, principalmente entre os mais vulneráveis economicamente.

A Reação ao Tarifaço e a Percepção Popular

Outro ponto central da pesquisa é a resposta do governo brasileiro ao tarifaço imposto por Trump. Desde o dia 6 de agosto, os produtos brasileiros passaram a pagar uma taxa de 50% para acessar o mercado norte-americano, a mais alta do mundo. A pesquisa revela que 51% dos brasileiros acreditam que a imposição das tarifas está ligada a interesses políticos de Trump, em uma tentativa de prejudicar o Brasil em favor de seu aliado Jair Bolsonaro.

Além disso, a pesquisa mostra que 64% dos brasileiros acreditam que o tarifaço vai aumentar os preços dos alimentos no país, uma preocupação que ecoa entre a população, já pressionada por uma inflação que ainda não cedeu totalmente. As tarifas estão entre as principais queixas contra a administração de Trump, com 71% dos entrevistados considerando que ele está errado ao impor essas taxas, especialmente devido à perseguição política a Bolsonaro.

A pesquisa também aponta que 48% dos brasileiros acreditam que o governo Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo no enfrentamento dessa situação, enquanto 67% defendem que o Brasil deve buscar negociar com os EUA, enquanto 26% são favoráveis à aplicação de tarifas retaliatórias.

Cenário Eleitoral e Desafios à Frente

Ainda que a pesquisa mostre sinais positivos para o governo, os números continuam a refletir uma polarização forte no país. A desaprovação de Lula, embora tenha diminuído, ainda atinge 51%, e as tensões políticas envolvendo a oposição, especialmente com a relação com Trump e o cenário econômico, devem continuar a desafiar o governo nos próximos meses.

A aprovação do governo também segue fortemente ligada a fatores econômicos, como a inflação e o custo de vida, questões que, se não forem devidamente resolvidas, podem influenciar negativamente as avaliações futuras. No entanto, a leve recuperação nos índices de aprovação sugere que a gestão Lula, mesmo em meio a dificuldades, ainda tem capacidade de reagir a crises e avançar politicamente.

Em um cenário de polarização crescente, as próximas pesquisas serão essenciais para medir se esse movimento de recuperação é sustentável ou apenas um reflexo momentâneo das atuais circunstâncias econômicas e políticas.

Por: Wesley Souza

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