HOSPITAL MESTRE VITALINO É ALVO DE FISCALIZAÇÃO DO COREN-PE DEVIDO A SUPERLOTAÇÃO DA UNIDADE

Também foi identificada a sobrecarga de profissionais. (Imagem: Everson Teixeira)


O Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, foi alvo de uma fiscalização feita pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). A fiscalização aconteceu nesta terça-feira (19) e foi motivada após denúncias de superlotação de pacientes na unidade e sobrecarga das equipes de enfermagem. Durante a ação, a equipe de fiscalização identificou 42 pacientes atendidos em macas nos corredores da emergência, alguns internados há pelo menos três dias.



A unidade disponibiliza atendimentos nas áreas de cardiologia, neurologia, pediatria, cirurgia geral e clínica médica, mas atualmente apresenta problemas como superlotação, como foi registrado pelo Coren-PE. De acordo com o conselho, a normalização da prática de atendimentos nos corredores da unidade, que de acordo com representantes da unidade, ocorre há cerca de um ano e chamou a atenção durante a fiscalização.



Os ambientes são sinalizados com placas identificando a capacidade de leitos em cada um dos espaços. Entre os pacientes estão alguns que aguardam cirurgias, outros que sofrem de problemas cardiológicos e, na grande maioria, os que aguardam leitos na emergência.

Na sala de observação cirúrgica, a equipe também identificou superlotação. O local possui capacidade para 18 leitos, mas no momento da fiscalização foram identificados 29 pacientes. Um cenário semelhante foi encontrado na pediatria da unidade. Ao todo, o espaço possui 12 leitos, mas, no momento da ação, 15 pacientes estavam sendo atendidos, alguns em macas instaladas no corredor. A emergência da unidade tem capacidade para 95 leitos, mas nesta terça-feira, durante a inspeção, a equipe do Coren-PE identificou 182 pacientes, alguns em estado grave.


O Hospital Mestre Vitalino atende pacientes provenientes de 53 municípios, encaminhados através do sistema de regulação da Secretaria Estadual de Saúde. Dessa forma, a unidade não opera no formato “porta aberta”, realizando atendimentos apenas mediante encaminhamento prévio. Atualmente, o hospital é administrado pela Organização Social de Saúde Hospital do Tricentenário, responsável pela gestão da unidade desde novembro de 2015.


Segundo o assessor jurídico do Coren-PE, Lucas Milano, agora o conselho irá elaborar um relatório sobre a situação que será enviada ao Ministério Público. “Nosso próximo passo é elaborar um relatório técnico com as implicações da superlotação para a enfermagem e, consequentemente, para a qualidade da assistência e possíveis riscos aos pacientes. Vamos encaminhar esse relatório ao Ministério Público para que ele possa intermediar uma ação que melhore esse cenário para que os pacientes não sejam prejudicados”, afirmou o assessor.

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